um erros, ou melhor, (im)possibilidades

basta realmente buscar os rastros que a simulação deixa para trás, o que pode de alguma maneira penetrar nossa amnésia enquanto o próximo ambiente é renderizado, e pulamos com o bisturi em punho para matar com uma paixão violenta nosso enfermeiro — nosso cuidador. 
— Você tem uma doença temporal.
Uma epidemia temporal; defasagem, hipertrofia — tudo pode parecer como que em câmera lenta justamente porque estamos muito rápido. Ou podemos reviver eventos em complexidades não lineares, objetos que distorcem o tempo e espaço ao seu redor. Estrelas que explodem em nossos peitos, naves que se perdem para além do nosso horizonte de eventos, ciência burra. O tempo é realmente o eixo por onde podemos nos mover de modo mais eficaz, a permanência do passado como possibilidade, mas as viagens ao futuro projetadas através de estranhos pactos. A única maneira lúcida de explicar o que se passa é inevitavelmente esbarrar em projeções alucinadas sobre o próprio funcionamento do (nosso) mundo. O assombro sem religião. Destruir universos, romper mundos, habitar as zonas mortas onde nada realmente acontece a não ser a vegetação exorbitante e alienígena cobrindo tudo. Alguém antes já disse sobre a ruína de todos esses monumentos que contemplamos — era para ter sido de outro jeito.






sonhos constantes com animais inacreditavelmente grandes, mortos, ou então, o que é ainda mais estranho, presos nessas estranhas máquinas de morte onde o corpo morto, na verdade em eterna agonia, era justaposto ao corpo vivo desses animais inacreditavelmente grandes que seriam a não mais tardar executados pela máquina e então expostos aos outros animais e assim por diante. cada um deles algo de outro mundo que seria extinguido por uma nova espécie de gozo sem prazer, a simples contração de uma máquina, vacúolos contrateis. da observação sincera do ponto onde tudo se excede, não há outro sentido para o 808 que se não a pura compressão e excesso, onde o mecanismo come a si mesmo. o mapa e o território ou então a possibilidade de uma ilha, alguém têm?
— pra você deve ser difícil ouvir isso. Não podemos pensar tão grande assim.
precisávamos pensar maior. e mesmo isso não deu muito certo. 

qual é o frame que nos diz que um foguete explodiu? 


o instante é artificial, é uma das formas de horror, de violentas construções de mundo, algo que nunca realmente existiu mas conjura o real ao seu redor. onde nós sabemos que a missão deu errado? É um instante, e se o é, é mensurável? 


CONTEMPLEM O PRIMERO FOGUETE PRIVADO DO MUNDO 

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