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não sei se consigo me sentir vivo em qualquer lugar fora desse fluxo de dados
representados como som
o sentimento de morrer de solidão
engasgo com corticóides e bronquio-dilatadores
30m
pode parece que engoli as harpias helétricas
mas fui engolido, dragado tentando atravessar esse estreito
substância ou solvente
500Ml

um anão moral se reconhece por sua arte de não atravessar passagens

 parte do meu corpo — não o organismo —
dados, um endereço, um nome, uma etiqueta
bastardos
vou viver feito louco, sem bebê yoda, sem bacurau, sem kayne west, incels, salas de concerto, bitcoins, jovens empreendedores, férias, morena, jovens stalinistas dentro e fora da internet, cerveja e a porcaria da solidariedade com os condenados da terra

eu chumbado de zolpiden na traseira de um ônibus
num avião transatlântico
editado
 e quando para todos os efeitos desci até o fundo do mar e nunca mais voltei
merda,
só pensava em mamãe, desesperada

só eu e o deus-nenhum sabemos o que se passou ali,
e eu preciso de mais
só eu e essa ancora que tenho atada ao tornozelo

esse buraco enorme,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,bom

natação, ataques de pânico,
saudades, saudades hardcore mesmo
meditação transcendental, magia do caos, djavan,
 apatia, orgônio-terapia, amnésia, associação desorganizada,
 ceias de natal, satanismo, fast-food, 
4.8 quilômetros, vida vegetativa, materialismo dialético, 
desalento, 
renovar a cultura corporativa
10 mil eventuais toneladas de culpa católica,
euforia, tédio, impotência completa,
mais djavan, arte, entretenimento, copiar, colar
chorar no cantos, DSBM, BDSM, SSD, HDMI
mais arte, mais entretenimento, copiar colar
sem grama sem amor sem azul
psicanálise
walter franco diz que a separação é um mito
ela parece ser a única coisa que existe
uma lista de dois mil e oitocentos e setenta de dois objetos perfuro cortantes
uma lista de dois mil oitocentos e setenta e dois furos e cortes sobre um diagrama do corpo humano


poesia vagabunda nos chats vagabundos de um ciberespaço vagabundo


esse mesmo buraco enorme — o cadáver coberto de porra e merda

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